Em uma campanha que teve como principais cabos o presidente da República e sua candidata à Presidência, Dilma Rousseff, o ex-ministro Tarso Genro (PT) venceu a disputa pelo governo do Rio Grande do Sul.
Colado à imagem de Lula e Dilma, Tarso conseguiu bater os adversários, o ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça (PMDB) e a governadora Yeda Crusius (PSDB).
A vitória consolidou-se em setembro, quando o candidato, apesar de evitar falar em primeiro turno, distanciou-se do segundo colocado, Fogaça, nas pesquisas.
A corrida pelo Palácio Piratini foi marcada por um escândalo de espionagem política, quando o sargento da Brigada Militar César Rodrigues Carvalho, após ter sido preso, disse que acessou dados sigilosos dos bancos de dados da Segurança Pública do Estado sob ordens de superiores. Ele estava lotado no palácio, então ocupado por Yeda, por dois anos.
O Ministério Público apurou que o sargento acessava o sistema integrado de segurança do Estado e suspeita que ele utilizava as informações com fins eleitorais. Entre os dados sigilosos de políticos acessados estavam informações sobre o senador Paulo Paim (PT), candidato à reeleição, e sobre Tarso. As investigações não foram concluídas.
A candidatura tucana, já desgastada, também sofreu um revés após operação da Polícia Federal contra suposto desvio de R$ 10 milhões no Banrisul. Já Fogaça não conseguiu reverter a popularidade que construiu em 2008 na capital para a disputa estadual.
Biografia
Tarso Genro, 63, é natural de São Borja (RS). Advogado formado pela Universidade Federal de Santa Maria (RS), atuou no direito trabalhista, em defesa de sindicatos e associações profissionais do Estado. Atualmente, integra o Instituto dos Advogados Brasileiros.
Dados do governador eleito
Nome Tarso Genro (PT)
Data de nascimento 06/03/1947
Escolaridade Superior completo
Ocupação Advogado
Patrimônio R$ 2.972.627,05
Ficha do candidato
É casado com a médica Sandra Genro, com quem tem duas filhas. Iniciou a carreira política em 1969, aos 21 anos, eleito vereador em Santa Maria pelo MDB (Movimento Democrático Brasileiro). Depois, ingressou no PT e, em 1986, foi eleito deputado federal constituinte. Foi vice-prefeito de Porto Alegre na primeira gestão da Administração Popular (1989/1992) e prefeito da capital gaúcha em duas gestões, entre 1993 e 1996 e entre 2001 e 2002.
Foi candidato da Frente Popular ao governo do Estado por duas vezes: em 1990 e em 2002. Foi presidente nacional do Partido dos Trabalhadores. Foi ministro da Justiça do governo Luis Inácio Lula da Silva de 2007 até 10 de fevereiro de 2010, quando saiu para ser pré-candidato ao governo gaúcho. Antes, exerceu as funções de ministro da Secretaria Especial do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, ministro da Educação e ministro da Articulação Política.
Propostas
Potencializar e garantir os investimentos do governo federal no Estado como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)
Ampliação dos investimentos, com apoio do sistema financeiro estadual (Banrisul, Caixa RS e BRDE), direcionados prioritariamente para o desenvolvimento econômico e social do Estado
Reconstituir os presídios, recompondo a concepção de sanção legal e buscando a não proliferação do sentimento de impunidade, em que hoje, efetivamente, presos estão sendo soltos devido à superlotação do sistema carcerário
Recuperar o diálogo e instituir uma Comissão Permanente de Negociação entre governo e servidores públicos, movimentos sindicais e associativos do funcionalismo
Ênfase na atenção básica, articular a ampliação da atual cobertura em Saúde da Família, com equipes completas de Saúde da Família, buscando atingir as metas do Ministério da Saúde
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