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domingo, 3 de outubro de 2010

"Professor" e novato em eleições, Anastasia tem "choque de gestão" como bandeira

Antonio Anastasia (na frente) e o ex-governador Aécio Neves após votação em BH

Com 89% das urnas apuradas até as 20h15 deste domingo (3), o candidato do PSDB à reeleição ao governo de Minas Gerais, Antonio Anastasia, obteve 62,7% dos votos e foi reeleito no primeiro turno. O candidato do PMDB, Hélio Costa, ficou em segundo lugar com 34,1%. Os demais candidatos tiveram menos de 3% dos votos.

Filho de um italiano com uma mãe nascida no sul de Minas Gerais, Antonio Augusto Junho Anastasia se tornou governador quatro anos depois de disputar sua primeira eleição: era candidato a vice na chapa do então titular do Palácio da Liberdade, Aécio Neves (PSDB). Assumiu o cargo após o mentor renunciar para concorrer ao Senado e, reeleito, indica a sequência de duas características: o "choque de gestão" e a fama de "professor".

Nascido em Belo Horizonte em 1961, Anastásia começou a se envolver com política na Faculdade de Direito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), onde entrou em 1979. Formou-se quatro anos depois, com direito a uma passagem pelo Centro Acadêmico da instituição. Até ali, dizem amigos, era um jovem mais interessado nos romances de Monteiro Lobato e de Agatha Christie do que nas disputas políticas do fim da ditadura.

Formou-se em 1983, mas as primeiras funções públicas vieram em 1991, pouco depois de contribuir para a formação da Constituição de Minas Gerais. No governo de Hélio Garcia, presidiu a Fundação João Pinheiro, que dá apoio técnico à Secretaria de Planejamento do Estado. Na pasta, seria secretário-adjunto pouco depois.

Conciliou os cargos com as aulas na UFMG, onde começou a lecionar em 1993. Ali, dizem adversários, ganhou tom professoral e antipopular. Para os aliados, tornou-se o "professor do governo", poeta nas horas vagas e em discursos ao lado de Aécio. Rivais e aliados concordaram, antes das eleições, que a capacidade de comunicação de Anastasia seria uma das melhorias que ele teria de fazer para vencer as eleições. Terminaria a gestão de Hélio Garcia passando pelas secretarias da Cultura e da Administração.

Brasília e de volta a Minas

No governo de Fernando Henrique Cardoso, Anastasia foi secretário-executivo do Ministério do Trabalho no primeiro mandato e ocupou o mesmo cargo na pasta da Justiça no segundo. Ali ganhou intimidade com Aécio, que presidiu a Câmara dos Deputados e já aparecia como potencial presidenciável. Por conta disso, coordenou o plano de governo do tucano para a gestão em Minas Gerais.

Ali, no primeiro mandato de Aécio, acumulou a secretaria de Planejamento e a pasta da Defesa Social. Coordenou o "Choque de Gestão", que visava reduzir um déficit orçamentário de mais de R$ 2 bilhões. Mais tarde, acabaria sendo um dos responsáveis pela integração das polícias militar e civil em Minas Gerais. O desempenho de Anastasia no governo e a conjuntura política o levaram a ser candidato a vice na reeleição do tucano.

Após a reeleição de Aécio, Anastasia continuou na articulação do "Choque de Gestão" e, em março deste ano, tornou-se governador de Minas Gerais devido à renúncia do titular. Mesmo pouco conhecido antes das eleições, virou a disputa com o peemedebista Hélio Costa, favorito no início da campanha e portador do apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Mesmo nas viagens ao interior, dizem amigos dele, seguiu se esforçando para ouvir jogos do Atlético, seu clube do coração e do qual é conselheiro. Anastasia é solteiro e não tem filhos.

Principais propostas
Concessão de aumentos e benefícios por produtividade, com base na variação da receita do Estado e com garantia da paridade entre funcionários ativos e aposentados
Melhorar a rede de atendimento para que a taxa de mortalidade infantil caia para menos de 11 óbitos para cada mil nascimentos
Ampliar o nu?mero de alunos em tempo integral nas escolas, de 105 mil para 350 mil no Estado
Propõe obras sob o guarda-chuva do programa “Caminhos de Minas”, para pavimentar e aumentar a capacidade de tráfego em 223 trechos, em 7.600 quilômetros de rodovias que integram diferentes regiões do Estado
Além de reforçar programas sociais para evitar a entrada de jovens no crime, proposta prevê a implantação de 15 centros de Comando e Controle Regionais (Ciads). Informatização do sistema para registros de boletins de ocorrência

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