O candidato José Serra (PSDB) encaçapou duas bolas da vez --as causas ambiental e religiosa-- ao incorporar à sua propaganda eleitoral depoimentos da viúva de Chico Mendes e dos pastores Silas Malafaia e José Wellington Bezerra da Costa.
"Para ser presidente do Brasil, tem que ter liderança, tem que estar acima dos partidos, tem que conduzir a nação. E aí, querido, para isso, nós só temos uma pessoa: Serra 45", disse Malafaia, representante da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
Com programas espalhados por mais de um canal de TV, o líder religioso é crítico ferrenho de Dilma Rousseff (PT) e ex-aliado de Marina Silva (PV), terceira colocada na corrida presidencial e única evangélica entre os principais candidatos.
Sobre a petista, ele já alfinetou que "quem é religioso não precisa fazer força para mostrar".
Em vídeo na internet, Dilma foi acusada de ser ambígua em questões de honra para Malafaia, como a condenação ao aborto e aos homossexuais. Em outdoor, a foto dele aparece ladeada pela frase "a favor da preservação da vida e da espécie humana"; abaixo, "Deus fez macho e fêmea".
"Mudar agora por questões eleitoreiras é vergonhoso", disse Malafaia na ocasião.
Tucano esverdeado
A propaganda tucana também não descuidou do espólio eleitoral de Marina, que arrematou quase 20 milhões de votos no dia 3 de outubro.
Viúva de Chico Mendes, seringueiro e líder ambiental assassinado em 1988, Ilzamar Mendes pediu "aos amigos do Acre" que escolhessem Serra, o candidato que melhor "representa a causa ambiental".
Três dos cinco municípios em que Serra foi mais bem votado ficam justamente no Acre, Estado natal de Marina.
"Gostaria de pedir aos meus amigos do Acre e ao povo do Brasil que votem em José Serra, porque ele é o candidato que representa a causa ambiental, a grande bandeira de luta de Chico Mendes", afirmou Ilzamar.
Jornal Folha de São Paulo.
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