Ontem o presidente Lula deu uma entrevista fazendo chacota da agressão sofrida pelo candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, na quarta-feira em Campo Grande, zona oeste do Rio. O presidente, provavelmente mal informado por seus assessores, sustentou que Serra simulou a agressão, que foi filmada, e o comparou ao goleiro chileno Rojas, que protagonizou episódio lamentável nas eliminatórias da Copa em 1989.A fala do presidente à tarde foi desmentida pela edição do Jornal Nacional à noite, pois até então as imagens divulgadas por outras redes de TV sugeriam que Serra foi atingido apenas por uma bolinha de papel, e não por diversos objetos, como ficou provado no vídeo do JN. Mesmo que o candidato nem tivesse sido atingido, o papel de um presidente diante de uma situação como essa não pode nunca ser o de estimular o confronto, como se a gravidade do constrangimento a que os militantes do PT submeteram o candidato adversário dependesse de a vítima ter se ferido ou não. Lula não disse uma palavra de reprovação à atitude dos militantes do seu partido, e avisou que nem ia telefonar para Serra porque achou que ele não tinha se machucado o suficiente para merecer solidariedade. Algumas horas depois, a candidata Dilma repetiu as palavras do presidente e endossou a acusação de que o adversário estaria mentindo.
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