Os alunos matriculados no Centro Ecumênico de Estudos Teológicos do Nordeste (CEESTNE) nos cursos de graduação e pós-graduação na área de Pedagogia e Filosofia, disseram ontem que vão constituir advogado para decidir o que fazer. Estão convocando todos os alunos para uma reunião no próximo dia 4 de dezembro, em Patu, para decidir o que fazer de agora em diante conforme a orientação de um profissional de direito.
Na primeira quinzena de outubro deste ano, a Justiça Federal do Rio Grande do Norte, atendendo pedido do Ministério Público Federal, determinou que o Centro Ecumênico de Estudos Teológicos do Nordeste (CEESTNE) deixasse de oferecer, ministrar e anunciar cursos de graduação e pós-graduação não-autorizados pelo Ministério da Educação (MEC).
O Ceestne, com sede em Teresina, Piauí (PI), oferece cursos de Pedagogia e Filosofia, com aulas ministradas durante um final de semana uma vez por mês, nos estados da Paraíba, Piauí, Pernambuco e Rio Grande do Norte, inclusive oferecendo 33 opções de pós-graduação. Em Patu, por exemplo, são mais de 80 alunos que assinaram contrato de graduação em Serviço Social com o Centro e agora estão preocupados.
Cada estudante paga mensalidade de R$ 100,00. A estudante Vânia Andrade, que estaria no segundo semestre de Serviço Social, informou que desde o início do curso, há seis meses, existe uma cobrança por parte dos alunos ao Ceestne quanto à emissão do Certificado de Conclusão de Curso. "Até agora não temos uma posição concreta sobre quem vai emitir este certificado, que o Ceestne, por lei, não pode emitir", reclama Vânia Andrade.
Com a decisão da Justiça Federal do Rio Grande do Norte, a estudante Vânia Andrade ficou preocupada. Ela disse que não são somente 80 alunos matriculados. Acredita que sejam cerca de 120 somente em Patu, considerando que são três turmas. Existem outras turmas nos municípios vizinhos. As aulas são ministradas no sábado e no domingo sempre na primeira semana de cada mês na Escola Estadual Xavier Fernandes.
Outra aluna do Ceestne, Sandreana André, também se mostra preocupada principalmente com a questão do Certificado de Conclusão de Curso. Se por acaso esta decisão da Justiça Federal não tiver retorno, "eles vão devolver os valores que pagamos?", pergunta Sandreana André, lembrando que há cerca de uma semana os diretores do Curso em Patu informaram nas salas que quem iria emitir o Certificado de Conclusão do Curso seria a Faculdade Cristo Rei, do Piauí. "Antes haviam dito que era o Mather Christi, agora disseram que é a Cristo Rei".
Em Nota de Esclarecimento, a Ceestne informou que as aulas vão continuar normalmente e pede que os alunos não desistam. Acrescenta que a Justiça Federal emitiu uma liminar suspendendo os cursos sem conceder o direito de defesa à Ceestne. O diretor presidente do órgão, Jackson Cristiano Lopes, está pessoalmente no Rio Grande do Norte para acompanhar o processo e coloca-se à disposição para qualquer esclarecimento a respeito do curso. Sobre a liminar da Justiça Federal, os diretores da Ceestne asseguram que vão recorrer.
O JORNAL DE FATO entrou em contato com a diretoria da Faculdade Cristo Rei, no Piauí. A secretária Marcela Cristina informou que não existe qualquer parceria entre a Faculdade Cristo Rei e a Ceestne, mas demonstrou conhecer bem os diretores da Ceestne, inclusive citou o nome do diretor responsável pelo órgão no RN sem que a reportagem perguntasse. "Essas coisas você tem que perguntar ao diretor do Ceestne aí, Raimundo Roco", diz Marcela Cristina, concluindo que a Faculdade Cristo Rei não vai emitir Certificado para os cursos da Ceestne.
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