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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Crack é oferecido em troca de voto em Caicó.


O problema de envolvimento de jovens com as drogas já se transformou em meio de captação de votos. No entanto, não são as propostas dos candidatos para resolver a questão que atraem a simpatia dos viciados. Informações extraoficiais dão conta que cabos eleitorais de três candidatos a deputado estadual do Rio Grande do Norte estão comprando votos em troca de crack, no município de Caicó. Apesar de ainda não existir denúncia oficial, o administrador do cartório da Justiça Eleitoral na cidade, Paulo André, afirma que o fato é de conhecimento público. Já o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte (OAB/RN), Paulo Eduardo Texeira, cobra investigação do Ministério Público.

Questionado sobre que ações a Justiça Eleitoral tomará para coibir esse tipo de ação ilícita, o administrador do cartório eleitoral de Caicó, Paulo André, informou que ainda não foi registrada nenhuma denúncia no local. No entanto, ele pediu para os eleitores denunciarem o crime. Segundo Paulo André, caso haja denúncia formal, haverá uma investigação conjunta da Justiça Eleitoral e Polícia Militar (PM) para prender os culpados e coibir a prática. "Toda a imprensa de Caicó está noticiando. Estamos aguardando que haja denúncia para tomar as devidas providências", informou.

Ao avaliar a situação, Paulo Teixeira, que é coordenador do comitê 9840 de combate à corrupção, cobrou rapidez do Ministério Público Eleitoral na investigação do caso. "Como o fato já se tornou público, o MP deve começar a agir o mais rápido possível. O caso é grave e tem que ser apurado", afirmou. Segundo Teixeira, não é necessário que haja denúncia para que o MP comece a investigar.

A prática foi denunciada à imprensa por um caicoense que participou de reunião com as lideranças que teriam confessado a estratégia do grupo de investir nos usuários de drogas da cidade para conquistar votos. Uma fonte informou que a prática já foi aplicada em prol das candidaturas de vereadores do município nas eleições de 2008.

Os nomes dos deputados para os quais os cabos eleitorais estavam trabalhando não foram revelados. A fonte também não identificou os vereadores caicoenses que foram beneficiados com a prática nas eleições passadas. O fato foi recebido com indignação pelos moradores da cidade.

Durante toda a tarde de ontem, a reportagem tentou entrar em contato com o promotor responsável pela Comarca de Caicó, mas não conseguiu. Funcionários do cartório alegaram que ele estava em audiências e não poderia conceder entrevistas.

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