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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Maioria dos candidatos no RN tem perfil elitista’

O perfil médio dos candidatos a governador, senador, deputado federal e estadual do Rio Grande do Norte tem forte predominância masculina (76,4%), idade média de 45 a 59 anos (38,7%), possui escolaridade universitária (43,8%) e é composto, em sua maioria, de empresários (6,7%). Um perfil elitista, opinou o professor de Ciências Sociais da UFRN, o cientista político João Emanuel Evangelista. Para ele, há uma distância considerável entre o grau de escolaridade da população brasileira e o que revelou a estatística do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre os pleiteantes a cargos eletivos no estado. Enquanto os candidatos potiguares que apenas sabem “ler e escrever” são apenas quatro (1,1%) a realidade da população brasileira é outra, onde apenas 14% dos jovens em idade de 18 a 25 anos têm acesso à Universidade e, consequentemente, ao ensino superior.

“Essa estatística mostra que a política ainda é uma atividade com forte participação da elite brasileira. Quando você pega o conjunto da população de maneira nenhum é esse número todo de pessoas que têm nível superior. Pelo contrário”, enfatizou Evangelista. Segundo o professor da UFRN, a estatística que relata o grau de instrução dos candidatos potiguares chega a ser “curiosa” e reflete uma concepção de “política rica”, ainda mais quando se cruza ao dado de escolaridade o perfil ocupacional, em que predomina o número de candidatos que se dizem empresários, deputados (5,3%), advogados (4,7%), entre outros. “É que para se ter uma estrutura de campanha pesada com muitos recursos não é qualquer pessoa que pode ser candidato, então as camadas médias e mais ricas participam muito mais. É como se aos pobres ficasse reservado o papel de mero eleitor e não de participar desse processo como protagonista”, observou.

Emanuel Evangelista disse ainda não ser por acaso haver tanto preconceito ao presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva (PT). Ele explica que o petista é a exceção à regra. “É a primeira vez que se tem um dirigente máximo que é do povo e fala a linguagem do povo”, reforçou.

Os candidatos norte-riograndenses que possuem o ensino fundamental incompleto representam 4,4% do total; fundamental completo 5%; ensino médio incompleto 7,5%; ensino médio completo 29,4%; e superior incompleto 8,4%.

PSDC, PSB, PT e PHS têm mais candidatos

Dos 365 pedidos de registro de candidaturas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) o PSDC, com 27, e o PSB, PT e PHS, com 25, foram os partidos com mais solicitações para concorrer ao pleito deste ano. Deste total, oito cadastros foram formalizados para o cargo de governador, tendo sido seis validados pelos juízes eleitorais – Iberê Ferreira de Souza (PSB), Rosalba Ciarlini (DEM), Carlos Eduardo Alves (PDT), José Walter Xavier (PCB), Bartô Moreira (PRTB) e Sandro Pimentel (PSOL); um indeferido, Roberto Ronconi (PTC); e um em processo de impugnação – a candidata do PSTU, Simone Dutra.

No caso dos registros de candidatos ao Senado dois aguardam julgamento, outros dois encontram-se em processo de impugnação, quatro foram validados e outros quatro invalidados.

Maioria é formada por candidatos que são casados

Os números disponíveis no portal do Tribunal Superior Eleitoral informam que 52,8% dos candidatos na eleição de 2010 no Rio Grande do Norte declararam o estado civil como sendo casados; 31,1% se dizem solteiros; 10,3% divorciados; 3% são viúvos; e 2,5% separados judicialmente.

A estatística acima reflete também a faixa etária declarada pelos protagonistas da eleição potiguar, que é de 45 a 59 anos. Apenas 0,5%, ou duas pessoas, se disseram ter entre 18 e 20 anos; 1,4% tem entre 21 e 24 anos; 13,2% entre 25 e 34 anos; 28,9% têm de 35 a 44 anos; 13,2% de 60 a 69 anos; 3,6% de 70 a 79 anos; e apenas um candidato – Paulo da Silva Almeida (PRTB) – tem acima de 79 anos.

Percentual de mulheres na disputa não chega a 30%

Entre as coligações e partidos que inscreveram candidatos para concorrer a uma das vagas na Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa o número de mulheres registradas não chegou a 30% do total. Em pelo menos três situações, a quantidade de pleiteantes do sexo feminino , por legenda, foi nula. O partido que proporcionalmente registrou mais candidatas a deputadas estadual e federal foi o PHS, com dez, seguido pelo PSB, com oito, e pelo PMDB, PRTB e PSDC, com seis cada um. Para João Emanuel Evangelista, é como se crescente participação das mulheres no mercado de trabalho e nas diversas instâncias da sociedade ainda não tivesse sido absorvida na esfera política. “Infelizmente apesar de nós termos alguns avanços em termos de cultura política percebemos que a atividade ainda é predominantemente masculina. Isso se explica, também, pelo fato de termos uma sociedade patriarcal”, argumentou.

Uma alteração na Lei Eleitoral no ano passado determinou que os partidos ou coligações registrem, no mínimo, 30% dos candidatos a deputados federais, estaduais e distritais do sexo que se apresente como minoritário. Apesar de não citar as mulheres, o artigo foi incluído para incentivar a participação feminina na política brasileira. Mesmo assim, nas eleições deste ano no Rio Grande do Norte, há quase quatro mais vezes homens que mulheres disputando uma vaga.

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